E assim caminha a educação e a cultura do nosso país

Fiquei perplexa ao saber que o Tiririca vai fazer parte da comissão da Educação e Cultura. Como isso pode acontecer? É fato que, para assumir tal responsabilidade, o indivíduo deve estar apto, ou seja, que entenda de educação e de cultura, que tenha uma carreira e um currículo na área.
É possível que ele não seja um sujeito mal educado e que ele tenha a sua própria cultura, como todos temos dentro do contexto em que vivemos. Mas acredito que não é esse tipo de educação e cultura que trata a reportagem.
Após ter sido o deputado federal mais votado na últimas eleições, os órgãos competentes foram averiguar sua formação escolar. E, pelo que consta, ele apresentou dificuldades para ler e escrever, mas mesmo assim foi concedido a ele o direito de exercer o referido cargo.
A educação no Brasil vai de mal a pior, embora os números indiquem o contrário. É só observar à nossa volta que sempre há uma criança ou adolescente que lê pouco ou nada, dentro de uma faixa etária em que deveria dominar a escrita e a leitura. Isto é fruto da promoção automática que, para que o aluno não fique constrangido por repetir o ano, avança para as séries seguintes mesmo sem saber o conteúdo mínimo necessário para prosseguir, tornando-se o maior prejudicado.
A grande questão é: como o Tiririca poderá contribuir para mudar este quadro tão triste e vergonhoso? Ele terá argumentos para discutir políticas educacionais?
Como eu estou na área da educação, sei que os desafios são grandes e tudo indica que as perspectivas não são nada boas para nós. É lamentável.