Depois de um longo tempo sem postar nada aqui por motivos diversos,
entre eles, problemas no login de acesso ao blog, resolvi retomar as postagens
com um texto de um livrinho que ganhei na minha adolescência, que eu havia emprestado, mas nunca mais me
devolveram. Penso que foi por uma boa causa, pois era um livro encantador.
Apesar de várias buscas, em vão, em livrarias e sebos,
resolvi fazer uma pesquisa na internet, já que, durante longos anos, trago na
memória algumas partes dele. Para minha grata
surpresa, encontrei o texto na íntegra, e passo agora a compartilhar com
vocês, com muito carinho.
O
Amor
Diz a lenda que o Senhor,
após criar o homem e não tendo mais nada sólido para construir a mulher, tomou
um punhado de ingredientes delicados e contraditórios, tais como timidez e
ousadia, ciúme e ternura, paixão e ódio, paciência e ansiedade, alegria e tristeza,
e assim fez a mulher e a entregou ao homem como sua companheira.
Após uma semana, o homem
voltou e disse:
Senhor, a criatura que você
me deu faz a minha vida infeliz.
Ela fala sem cessar e me
atormenta de tal maneira que nem tenho tempo para descansar.
Ela insiste em que lhe dê
atenção o dia inteiro... e assim as minhas horas são desperdiçadas.
Ela chora por qualquer
motivo. Facilmente fica emburrada e fica às vezes muito tempo ociosa. Vim
devolvê-la porque não posso viver com ela.
Depois de uma semana o homem
voltou ao Criador e disse:
Senhor, minha vida é tão
vazia desde que eu trouxe aquela criatura de volta! Eu sempre penso nela: em
como ela dançava e cantava, como era graciosa, como me olhava, como conversava
comigo e como se achegava a mim.
Ela era agradável de se ver e
de se acariciar. Eu gostava de ouvi-la rir.
Por favor, devolva-me ela.
Está bem, disse o Criador. E
a devolveu.
Mas, três dias depois, o
homem voltou e disse:
Senhor, eu não sei. Eu não
consigo explicar, mas depois de toda esta minha experiência com esta criatura,
cheguei à conclusão que ela me causa mais problemas do que prazer. Peço-lhe,
tomá-la de novo! Não consigo viver com ela!
O Criador respondeu:
Mas também não pode viver sem
ela. E virou as costas para o homem e continuou o seu trabalho.
O homem desesperado disse:
Como é que eu vou fazer? Não
consigo viver com ela e não consigo viver sem ela.
E arremata o autor: Achei
que, com as tentativas, você já tivesse descoberto.
Amor é um sentimento a ser
aprendido: É tensão e satisfação - É desejo e hostilidade - É alegria e dor -
Um não existe sem o outro.
A felicidade é apenas uma
parte integrante do amor. Isto é o que deve ser aprendido. O sofrimento também
pertence ao amor. Este é o grande mistério do amor. A sua própria beleza e o
seu próprio fardo.
Em todo o esforço que se
realiza para o aprendizado do amor é preciso considerar sempre a doação e o
sacrifício ao lado da satisfação e da alegria. A pessoa terá sempre que abdicar
alguma coisa para possuir ou ganhar uma outra coisa.
Terá que desembolsar algo
para obter um bem maior e melhor para sua felicidade.
É como plantar uma árvore
frente a uma janela. Ganha sombra, mas perde uma parte da paisagem. Troca o
silêncio pelo gorjeio da passarada ao amanhecer.
É preciso considerar tudo
isto quando nos dispomos a enfrentar o aprendizado do amor.
Autor: Desconhecido
Fonte: http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/o-desafio-de-amar-2
Amor, sentimento a ser aprendido - Walter Trobisch